(Qual a Relação?)

A obesidade tem aumentado de forma constante em toda população mundial em quase todos os países. Em paralelo, é gritante a prevalência de doenças metabólicas, cardiovasculares e diabetes tipo II, segundo publicação agora em novembro passado pela Elsevier no www.pubmed.gov.

Embora pouco relatado, as pesquisas mostram aumento da relação da obesidade com a redução do desempenho cognitivo e da demência.

O artigo relata que estudos clínicos em humanos evidenciaram que a obesidade está relacionada ao risco do comprometimento da memória de curto prazo, bem como demência e doença de Alzheimer.

Os mecanismos na base desses distúrbios são desconhecidos, porém as teorias em desenvolvimento apontam para a resistência à insulina, uma relação do cérebro com o intestino – o que hoje chamamos de eixo intestino-cérebro -, substâncias mediadoras sistêmicas e por fim, inflamação central.

Uma característica comum das doenças metabólicas é que elas promovem uma baixa ativação do sistema inflamatório, porém constante, ou seja, uma ativação crônica. Essa inflamação, muitas vezes, pode se espalhar do tecido periférico para o cérebro, causando uma neuroinflamação. Isso pode ser a causa da demência e perda da memória.

Esse estado inflamatório é, portanto, resultado de vários processos, dentre eles, a mudança da composição da microbiota intestinal, ou seja, das bactéricas do bem que habitam aos bilhões o nosso intestino.

Como já publiquei antes em vídeos e postagens escritas, o que comemos interfere brutalmente na composição da nossa microbiota intestinal. Se esse alimento for ruim, isso por sua vez desencadeia um importante processo inflamatório e como já é sabido, as doenças degenerativas praticamente só desenvolvem em tecido inflamado, ou seja, com excesso de radicais livres.

O artigo levanta a hipótese que tudo isso se deve à alta ingesta de gordura e açúcar, porém não diz que tipo de gordura, se saturada ou insaturada.

De qualquer forma, a pesquisa mostra que uma dieta controlada, comida de verdade é de longe o fator mais importante para prevenir doenças degenerativas, inclusive a perda de memória e outras doenças como o Alzheimer.